domingo, 2 de setembro de 2012

EU

Quando a penumbra invade a minha cela

e dançam no ar, imagens grotescas,
o mar se enfurece em ondas dantescas,
chega a minha noite, em iras de procela.

E vens ó noite, quão triste donzela,

grande imensidão de asas gigantescas,
trazer-me os teus ais em taças burlescas,
beber do meu vinho, orgia tão bela.

Depois, em letargo, passam-se os meses.

Não há tédio, ou brumas, não há reveses,
chega o sol, a Primavera e, por vezes,

rasga-se a noite, nascendo o meu dia.

Eu grito em catadupas de alegria:
- Não há sol mais lindo, que lindo dia!

Manuel Manços
 
 

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