sexta-feira, 20 de abril de 2012

Os Nossos Poetas


Esperança, Flor da manhã


Vem... sonha aqui comigo!
Sente-te levar pela
água que amplia forças
aos curvares do rio.

Deixo ao lado, vazio,
um canto. Vem. Contempla!
Quero teu calor rude,
ares de forte encanto.

Qual masculinidade
do sol quando se empina
e ao empanar da noite
reflete o dia n'água.

Estrelas cedem sem
mágoa espaço no rio
sereno ao azul úmido,
terno abrir das vistas.

Contempla com cuidado
donde emitida a luz,
e - tímida - se esconde;
já se encabula a lua.

Permite à luz ser
teu apoio, teu ombro,
tua manhã, nudez,
segura insegurança.

Ah! Falso desassombro
desse teu 'eu' criança.
- plácido desafio
em lúmina presença -

No céu o azul do rio
- flor, querença, esperança -
é flecha de cupido
que desatina o amor.

Geraldo Facó Vidigal




O teu olhar

Esse teu olhar celeste
com que me olhavas
trespassou-me os sentidos
e fulminou-me a mente.
Teus lábios mordidos
de violeta pintados
chamavam o beijo.
Teu corpo rodou
em suaves movimentos,
que meu olhar atento
seguiu perdidamente.
Meus olhos fecharam-se,
em retiro por momentos,
e partiram....partiram
voando, como borboletas dançantes
ao luar da lua-cheia,
nas estrelas do céu,
que sempre vejo,
nas altas montanhas,
nos verdes prados do rio,
nas cataratas do sul,
nas águas do lago cantantes,
que acenderam meu desejo,
como o impulso de um íman...
Aquietaste teu corpo, suavemente,
rasgaste um sorriso penetrante,
deixaste cair tuas mãos
no papel rosa da tua mesa...
Alisaste, em pausa, com os dedos
teus cabelos longos ondulantes...
e ... rabiscaste, simplesmente,
5 letras com um hífen.
- O traço foi forte e não ínvio!...
Não li.... estava realmente distante,
mas senti queimar, na alma, uma a uma,
sem poder beber, entretanto,
seu doce e mágico alívio!...

Acácio Costa


CORAÇÃO, CRIA ASAS

Meu coração, cria asas.
E voando, vai encontrar o meu amor.
Procura-o, por todos os lugares,
mais lindos e tão distantes.
Se o encontrares, coração,
diz-lhe que o quero muito.
Que tu estás de dor sofrendo.
Conta-lhe, que lhe tenho saudades.
Vai! Pelas noites e pelas madrugadas!
Não percas tempo...
Traz-me quem tanto amo.
Quem tanto desejo.
Quem vive nos meus sonhos.
Aquele que com gestos e palavras
faz-me sentir diferente.
O que com tanto carinho e Amor,
descobriu em mim, a mulher,
que já não existia.
Se o encontrares, coração,
mostra-lhe como estás ferido,
por tanta falta que ele me faz.
Fala pra ele, que o estou esperando.
Para dele ser mais uma vez.
Que anseio por seus abraços.
Por seus beijos que me enlouquecem,
pelo toque de suas mãos,
e pelo seu corpo que me aquece.
Vai, coração, que sem ele, morres!
Vai, coração! E sem ele não voltes. 

Maria Emilia Nascimento


As Tuas Mãos J.P.

…estas mãos que crescem, mãos que afagam,
que definem a prontidão, o impulso,
o arreganho, o saber. O querer
sempre mais, o ir mais além.

Estas mãos que falam,
que apertam e amam.
O estar disponível,
atento também,
para as coisas
belas da vida.
Num canto,
e encanto
de contornos
disformes,
mas únicos.

 Mãos de menino,
com marcas de passado recente,
bem assente num presente amoroso,
em busca de um futuro bonito, feito de paz, e amor amigo.

Mãos de presente e futuro:
pintadas de sonhos,
banhadas de águas límpidas,
singulares. De cores matizadas,
de amar e viver.
Gestos de ternura e querer,
num apalpar ávido de chegar,
ver, vencer e bem-querer.


Mãos…
mãos que dão,
que tocam nossas
ambições e sentimentos
prenhes de desejos bons
e belos, para ti joão pedro.
Petiz de mãos pequenas,
mas imensas, em imaginação,
bondade e coração.

Mãos que apertam
e amimam nossos temores e nos fazem ser mais pacientes,
mais desejosos
na espera do amanhã,
constantemente
de mãos abertas na ânsia
de te ter aqui junto de nós
com essas tuas mãos distintas,
cor de sonho, nossa realidade.
“o nosso menino”.

a meu neto j.p.
josé rodrigues (zeal)




Sempre o mar,
nos impressiona,
quer em dia de calmaria,
quer em dia de zangado,
quer da cor azul profundo,
quer de verde,
onde é doce morrer nas ondas verdes do mar...
que quando irado...
nos brinda com o branco do sal!
É um balsamo para o espirito!
Nos faz voar, o nosso espirito batendo asa,
planando no ar,
qual gaivota, barulhenta....
que reclama seu pedaço!!
O MAR é eterno!!

Jorge Fontoura


Nos Braços de Morfeu

O meu EU,
nos braços de Morfeu adormeceu e sonhou.

Por mim passeou.
Se demorou todo o tempo que precisou.

Visitou o fundo ...o profundo ... do meu Ser !

Se abismou,
com o que viu
e ...
… encontrou.

Se encantou !

O que foi que aconteceu ?!
( perguntei, eu, surpresa, ao meu EU … por tão feliz o sentir )

Ele me respondeu …
… O TEU AMOR !

Magá Figueiredo


 “ANTIGOS TRATOS”

Em tuas palavras amenas,

Vindas pelos ventos , em
Versos melodiosos, cheios
De devaneios poéticos, tão
Belos e tão fiéis, que os amei.
E agora não sei em que ares,
Eles ficaram, sei apenas, que
Os doces tratos tornaram-se,
Em amargos e frios silêncios.
Agora, o que me consome, é não
Saber, como esquecer a melodia,
Das tuas palavras amenas!

Vanuza Couto Alves


Penso-te-me...
Entre sombras e desejos secretos,
No dia que acorda à chuva e ao luar,
Teias de memórias latejantes!
Invento-te-me de novo rosto,
De novo sorriso...
Tecendo gotículas de esperança!
Sonho-te-me...
Mais do que te recordo,
Peça a peça,
Hora a hora,
Afago-te-me...
Reconstruo-te-me no pensar!

Cristina Correia





POR QUE AMOR?

Cheguei atrasada na tua hora adiantada, 
E tu tão incerto na minha bem acertada e
Por que este day after aparece moroso e
Silencioso se ontem ainda tu parecias tão 
Agitado e ansioso, sabes meu bem que eu
Lembro bem que tu não deixaste nem um
Só segundo ocioso, afinal fecundo, guloso, 
Ganancioso, com pouca conversa e muita 
Pressa desejaste a mulher que não mais te
Quer, que vai embora agora, pois pressente
No presente que a dissonância mais do que
Cognitiva virou afetiva, que é hora de acabar 
Com isto, de entornar chá de sumiço e fazer
Tu provares do teu próprio e impróprio sumiço!

Guriadapoesia Gaúcha

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