Solar de Poetas I

QUE SE SOLTEM AS PALAVRAS


Que se soltem as palavras
todas aquelas que não ouso dizer-te

Que se escrevam a tinta indelével
que fiquem marcadas 
nesta folha em branco
feita confissão de mim

Que se soltem sentimentos
emoções
que me sobrem razões
para voltar a ler-te

Que me deixes percorrer-te
sempre que eu não souber de mim
perder a razão,
o motivo porque te escrevi

Que sejas em mim a companhia
da noite , do dia
de todos os momentos
em que eu precisar de ti
em que precisar de desabafar
junto com o aparo da minha caneta

Não me estranhes
Não me afastes
Tem dias que és a melhor companhia
que eu poderia desejar

Que se soltem pois as palavras
em ti, 
por dentro de ti
todas as palavras 
que eu não ouso
todas os sentires
que eu não sei exprimir
todas as letras
que eu não sei contar

mas que vivem e pulsam dentro de mim....


São Reis