Nas páginas deslavadas de um livro poeirento
Li poemas desgastados pelo tempo
Ousado o poeta no momento
Em que descreveu os belos traços do teu rosto
Será que o meu destino estava escrito
No livro poeirento e nunca lido…
Que jamais deveria tê-lo aberto
Porque era um livro proibido!?
E as folhas bolorentas me disseram
Naquela poesia atrevida
Que a alma era entrega voluntária
E o amor a mais bela forma de vida.
Agora que as luzes se apagam
E a sala onde me encontro escurece
Guardo o livro velho nesta estante
Poeirento e desbotado pelo tempo…
Não vi os belos traços do teu rosto
Aguardo pela luz em seu momento
Se a felicidade ali descrita anda tão perto
Que siga o meu destino tão incerto.
Céu Cruz
ESCREVIA
Sentada
à secretária
escrevia para ti, meu doce
Senti um arrepio
como de uma mão
em meu ombro,
um afagar nos cabelos
Por minha janela
entrou uma leve brisa
mas um calor
colou-se às minhas costas
Oh, eras tu
estavas comigo, sorrindo
Inclinaste para a frente
e segurando no meu rosto
deste-me um beijo
estreitaste-me em teus braços
e em silêncio
um longo abraço
Mas porquê a escrita
se tu estavas comigo
Vem, minha paixão
o momento é de nós dois
quero-te em mim
como tu me desejas
Escrever
eu escrevo-te
depois...

PEDAÇOS DE LUA
Com seu manto de veludoBordado a estrelas prateadas,
A noite chega...
Espreito pela janela
E vejo pedaços de lua
Espalhados pela rua
Duma forma tão singela!
Vou colher cada pedaço
No meu regaço
E dançar na areia
Em noites de lua cheia!
Vou ensaiar passos de valsa
E bailar descalça até ser dia!
Fragmentos, estilhaços
Espalhados pelo chão,
Pedaços de lua no meu coração,
Pedaços de mim...
Vou colhê-los um a um,
Colocá-los numa caixa de cetim,
Fazer um puzzle de mil peças,
Preencher os espaços a violeta,
Encaixá-los formando
A história perfeita...
Vou perfumar cada pedaço
Com aroma de alfazema
E aspirar o suave néctar
Antes que o sol acorde
E estrague o poema!...
Manuela Matos
Eu sou o cara e a cara que apresento
tem os sinais e as marcas da loucura
de bardo atrapalhado em meio à fúria
das tempestades mórbidas do tempo.
Eu sou o cara e o cara que alimento
tem fome de poesia e uma fratura,
causada pelas pedras da luxúria,
no peito acostumado ao passatempo.
Eu sou o cara, o morto-vivo, o ausente,
o que perdeu o amor e, numa prece,
quis ter de volta os olhos do poeta.
Voltar a ser criança?... Felizmente
o tempo não tem volta e, se tivesse,
Lucília Mendes
FELIZ ANIVERSÁRIO, POETAS,
PARABÉNS POR ESTE DIA




Obrigada por este carinho do Solar de Poetas, neste dia!Um beijo e um abraço cheio de calor para todos!!
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