terça-feira, 17 de janeiro de 2012



Fui trocada por outra…alma


Hoje a minha alma,
Acordou insaciável…
Com fome e com sede. 
Sem saber o porquê,
Desde cedo que navega,
Tanto em lago doce e calmo,
Como em mar salgado e agitado,
Procurando sem rumo…
Mas com alguma esperança,
Percorre o tempo já velho e cansado,
Desesperada e sequiosa,
Por encontrar…
Caminha á margem da poesia,
Não querendo beber,
Nem saciar-se dela.
Numa fome e numa sede,
Surda e muda,
Espera somente reencontrar…
Um olhar iluminado 
E não …traiçoeiro,
Que faz tempo que germinou,
Não morreu mas congelou.
Já algum tempo,
Que dos meus olhos,
Não choviam tantas gotas,
E a minha boca,
Não engolia tantas promessas.
Quase que mato a sede,
Bebendo da própria fonte…
E a fome triturando tantos verbos…
Perdi-o para Lúcifer…
Agora sei…
Por caminhos gelados e despidos,
Eu caminho e sofro porque sinto,
Outra alma faminta,
A saciar-se do meu …alimento.


Telma Estêvão

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