quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

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O teu olhar

Não escondas de mim
o teu olhar de veludo,
porque é nos mistérios
guardados
nesse negro profundo
que vejo reflectida
a fantasia
que me guia os passos.
Sem esse reflexo
as horas são opacas,
os minutos vazios
e os segundos
átomos de amargura.
Não escondas de mim
esse veludo
em que me deito
e medito,
enquanto me escorrem
dos lábios as palavras
que irão tocar
o silêncio dos teus.
Não escondas de mim
o sonho.
Não agites as águas,
que o reflexo
do teu olhar de veludo,
profundo,
pode quebrar-se
e cada estilhaço
se perderá,
cravado em mim,
como gelo informe
e derretido... nu,
sem o veludo do teu olhar...

© Rita Pais 2012­ ­

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